Estou de dieta, mas hoje comi dadinho, foram só três. Foi para sentir o cheiro e o sabor da infância. Fiz o caminho que eu e meu irmão fazíamos quando voltávamos da escola a pé. A banca de jornal onde comprávamos os deliciosos dadinhos não está mais lá. Ela até ficou um bom tempo no mesmo lugar...mas não resistiu as novas contruções. O caminho me pareceu bem mais curto do que era no passado, eramos nós que viamos tudo bem maior.....
Hoje tenho certeza que grande mesmo era a mochila que meu irmão carregava. Era maior que ele. Saímos da escola contando o dinheiro que tinha sobrado do lanche pra comprar tudo em dadinho. Ele era mala às vezes, mas já era meu amigo e muito esperto. Eu pude ver a cena novamente hoje... eu tentando dar uma "roubadinha" na divisão dos doces... Sem sucesso.
Quando me aproximei da antiga rua encontrei um antigo vizinho, nem tão antigo assim, mas com sinais de que o tempo passou pra todo mundo...
No prédio da esquina estava seu Maneco com tesouras nas mãos, cortando o jardim do prédio. Vestia camiseta regata branca (hering do tempo do tênis bamba), camisa azul aberta por cima e uma velha e desbotada calça jeans. Cumpria a tarefa como sempre, como se fosse o dono do prédio. Mas não com a mesma rapidez.
O jacyra estava lá...feinho, quase abandonado...mas cheio de lembranças, de boas histórias...
Pude ver a moto azul do meu pai estacionada no jardim, eu brincando lá embaixo...melhor ainda...vi minha família inteira voltando da praia. Éramos quatro pirralhos todos sujos de areia prontos para tomar banho na torneira. Banho gelado!
As noite eram quentes e dormíamos juntos, só uma aceitava dormir no meio. Dormíamos tarde, bem tarde, só depois de várias sessões de risadas e muitas broncas...
Quando acordávamos começava tudo de novo...
Passei por ali sorrindo, com saudade...
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5 comentários:
Pois é! A banca se foi, os dadinhos de hoje são outros! Se não tomo conta, vão embora meu perfume, meus dvds... tudo tomou outra dimensão, mas o amor e a cumplicidade continuam. O caminho era realmente longo, mas é curto quando se esconde da irmã e ela o abandona na escola, e tem-se que voltar sozinho, com 5 anos de idade correndo que nem um louco. Hoje em dia mais curto ainda, passando de carro ou de moto, sempre atrasados para algum compromisso que não ver o Chaves na TV. Que saco né?.... Será??
A moto azul estacionada no Jacyra se transformou em algo muito maior, graças a todos...desde trabalhar de madrugada no porto, vender livro de porta em porta, carregar câmeras e entrevistar ao mesmo tempo até ser "morto" por um mecânico afro-americano. Algumas coisas mudam, outras nunca, graças a Deus, porque no fundo no fundo, estamos sempre comprando e dividindo os dadinhos...
Sacanagem ..... tô na TPM, sensível e desta vez, fiquei com a mão mole de chorar....
Amo muito todos vocês !
É.......acho que hoje, principalmente, o caminho veio bem a calhar. Será que foi cincidência?
Acho que não; alguém levou voce por ali. É bom demais ter coisas boas pra lembrar, pra chorar por que a gente não as tem mais. Às vezes eu penso.....será que agora as coisas são melhores......ou será que bom mesmo era o tempo do Jacyra......mesmo feinho. Não, na verdade eu tenho certeza, era tudo muito melhor, estava todo mundo lá (mesmo brigando porque ninguém queria dormir no meio.
A propósito, voce falou com o Maneco?
nada comparavel a dadinhos amo...
e nau consigo simplesmente coer um ou dois e sim o suficiente prara depois me falar, pra que tanta gulodisse, rsrsrsrsrs, mas pra mim o que basta mesmo é se auto satisfazer, é assim que me sinto qndo tenho algo que amo....
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