...o agora. O que precisa ser dito rápido!

terça-feira, 31 de março de 2009

Era digital ou cinema mudo?

Já fazia tempo que não vinha aqui. Não porque não tivesse o que falar, mas talvez por excesso! rs.
Tenho pensado muito "no que pode e o que não pode ser mudado" se é que vcs me entendem...
É que tenho dito tanta coisa e mudado muito pouca. Não porque não queira ou porque não tenha me esforçado. Pelo contrário. O fato é que elas NUNCA vão mudar. Algum um dia, alguém disse que seria assim e assim será. Pronto acabou. Não se fala mais nisso.
Por mais que eu ou outros façam, existem sempre aqueles lugares marcados. Pessoas que não precisam fazer mais nada. É como se estivessem acima do bem e do mal.
Só quem consegue ver atrás dessa cortina de fumaça enxerga a verdade. Mas.................é aí que eu entro....me vejo gritando.....usando um megafone, em CINEMA MUDO. Em plena era digital minha voz perde o som. Minhas expectativas perdem o brilho e mais uma vez o espetáculo que já estava pronto vai ao ar. Não importa se é analógica, digital...a cena tá pronta há anos...com os mesmos personagens. O roteiro é o mesmo! Tecnologia nova com cenas antigas.
O novo sistema ganhou seis vezes mais detalhes mas, engraçado, pouca gente percebeu o maior erro da cena.
É.....o futuro (ah! tá) aquele velho conhecido, já chegou!

terça-feira, 1 de julho de 2008

Miss Imperfeita

(Texto da Martha Medeiros publicado na Revista do "O Globo".)

"Eu não sirvo de exemplo para nada, mas, se você quer saber se isso é possível, me ofereço como piloto de testes. Sou a Miss Imperfeita, muito prazer. Uma imperfeita que faz tudo o que precisa fazer, como boa profissional, mãe e mulher que também sou: trabalho todos os dias, ganho minha grana, vou ao supermercado três vezes por semana, decido o cardápio das refeições, levo os filhos ao colégio e busco, almoço com eles, estudo com eles, telefono para minha mãe todas as noites, procuro minhas amigas, namoro, viajo, vou ao cinema, pago minhas contas, respondo a toneladas de e-mails, faço revisões no dentista, mamografia, caminho meia hora diariamente, compro flores para casa, providencio os consertos domésticos, participo de eventos e reuniões ligados à minha profissão e ainda faço escova toda semana - e as unhas! E, entre uma coisa e outra, leio livros. Portanto, sou ocupada, mas não uma workaholic. Por mais disciplinada e responsável que eu seja, aprendi duas coisinhas que operam milagres. Primeiro: a dizer NÃO. Segundo: a não sentir um pingo de culpa por dizer NÃO. Culpa por nada, aliás. Existe a Coca zero, o Fome Zero, o Recruta Zero. Pois inclua na sua lista a Culpa Zero. Quando você nasceu, nenhum profeta adentrou a sala da maternidade e lhe apontou o dedo dizendo que a partir daquele momento você seria modelo para os outros. Seu pai e sua mãe acredite, não tiveram essa expectativa: tudo o que desejaram é que você não chorasse muito durante as madrugadas e mamasse direitinho. Você não é Nossa Senhora. Você é, humildemente, uma mulher. E, se não aprender a delegar, a priorizar e a se divertir, bye-bye vida interessante. Porque vida interessante não é ter a agenda lotada, não é ser sempre politicamente correta, não é topar qualquer projeto por dinheiro, não é atender a todos e criar para si a falsa impressão de ser indispensável. É ter tempo. Tempo para fazer nada. Tempo para fazer tudo. Tempo para dançar sozinha na sala. Tempo para bisbilhotar uma loja de discos. Tempo para sumir dois dias com seu amor. Três dias. Cinco dias! Tempo para uma massagem. Tempo para ver a novela. Tempo para receber aquela sua amiga que é consultora de produtos de beleza. Tempo para fazer um trabalho voluntário. Tempo para procurar um abajur novo para seu quarto. Tempo para conhecer outras pessoas. Voltar a estudar. Para engravidar. Tempo para escrever um livro que você nem sabe se um dia será editado. Tempo, principalmente, para descobrir que você pode ser perfeitamente organizada e profissional sem deixar de existir. Porque nossa existência não é contabilizada por um relógio de ponto ou pela quantidade de memorandos virtuais que atolam nossa caixa postal. Existir, a que será que se destina? Destina-se há ter o tempo a favor, e não contra. A mulher moderna anda muito antiga. Acredita que, se não for super, se não for mega, se não for uma executiva ISO9000, não será bem avaliada. Está tentando provar não-sei-o-quê, para não-sei-quem. Precisa respeitar o mosaico de si mesma, privilegiar cada pedacinho de si. Se o trabalho é um pedação de sua vida, ótimo! Nada é mais elegante, charmoso e inteligente do que ser independente. Mulher que se sustenta fica muito mais sexy e muito mais livre para ir e vir. Desde que lembre de separar alguns bons momentos da semana para usufruir essa independência, senão é escravidão, a mesma que nos mantinha trancafiadas em casa, espiando a vida pela janela. Desacelerar tem um custo. Talvez seja preciso esquecer a bolsa Prada, o hotel decorado pelo Philippe Starck e o batom da M.A.C. Mas, se você precisa vender a alma ao diabo para ter tudo isso, francamente, está precisando rever seus valores. E descobrir que uma bolsa de palha, uma pousadinha rústica à beira-mar e o rosto lavado (ok, esqueça o rosto lavado) podem ser prazeres cinco estrelas e nos dar uma nova perspectiva sobre o que é, afinal, uma vida interessante.

terça-feira, 24 de junho de 2008

terça-feira, 3 de junho de 2008

Que horas são?

Estava me perguntando hoje ...?quantas vezes perdi a hora? Não a hora comandada pelos ponteiros do relógio, nem aquele toque insupórtável do despertador (essa tb já perdi). Mas o momento certo de fazer algumas coisas. Parece que quando passamos dos trinta, esses questionamentos começam a aparecer com mais frequência.
Perdi a hora de lutar por algumas coisas que hoje nem quero mais. Então será que eu realmente "perdi" ou foi uma escolha que fiz sem nem mesmo perceber...
Optar no presente pelo que será no futuro, acho que é difícil pra todo mundo. O problema que nossa vidas, nosso caminhos...são carregados de crenças. Planos que fizemos na infância, idealizamos e parecem nos perseguir. Descobrir que nem tudo é tão fácil, como parecia na nossa pequena cabecinha de criança, faz tudo mudar, os rumos mudarem. Mas nem sempre isso fica tão claro dentro de nós. É preciso ensaiar todos os dias o fim de alguns sonhos para que estejamos preparados para o fim do espetáculo. A verdade é que sempre que acaba um começa outro, nem sempre o mais glamuroso é o melhor. Só a maturidade e o dia-a-dia vai me fazer entender...se perdi a hora, foi porque o despertador realmente não tocou! Vai tocar na hora certa.

terça-feira, 13 de maio de 2008

Biblioteca Comunitária

?O que será que motiva uma pessoa que vive em situações tão dificeis a pensar na educação, no próximo...
Voce já parou para pensar que arrumamos sempre uma desculpa para tudo. Para não ir à academia, para não ser voluntária em uma creche, para não respeitar as leis de trânsito e por aí vai...
Bom, e o que esse comentário tem a ver com a frase anterior????
Vamos lá...
Na semana passada entrevistei uma mulher que mora na favela em uma casa de alvenaria sem acabamento. O banheiro não tem nem porta. Uma única lâmpada ilumina (muito mal) os quatro cômodos do lugar. Na sala ela tem pequenas estantes que acomodam 2 mil livros. Obras da literatura brasileira, livros didáticos de português, fisíca, quimica, matemática, história e geografia. No ínicio pagava pelos exemplares nos sebos da cidade, agora a maior parte dos livros é doada. Ela fez ali...uma biblioteca comunitária. Todos os títulos são catalogados e identificados com um carimbo. Essa mulher lava roupa pra fora para criar os seis filhos. Se ela fosse uma pessoa comum não teria dado tanto importância para os livros. Ficaria na porta de casa conversando com as outras mulheres, culpando o sistema e dizendo que a educação do país é uma porcaria. Ela pode até fazer isso, quando sobra um tempinho, mas posso afirmar que sobra pouco....
Ela atende muitas crianças durante todo o dia. Essa senhora ajuda os estudantes a fazerem pesquisas para a escola. Ela concluiu o ensino médio da maneira que pode e quer ter certeza que todos ali também irão até o fim...
Acho que ela sabe o que faz....quando estava lá naquela biblioteca simples e tão cheia de riqueza, entrou um menino bem despachado com uns seis anos de idade com uma garrafa plástica na mão e disse: -Eiiii vou que pegar um livro. Ah! mas tenho que comprar cloro. Então vou lá rápido..entrego pela janela e volto correndo. Assim também apareço na televisão.
-Pode ir Kauã, nós vamos te esperar. O páis está esperando por isso há tanto tempo...

terça-feira, 8 de abril de 2008

À nós!!!!!!!!!!! 7 de abril, dia do jornalista.

Ser jornalista é ser louco, saber de tudo um pouco. Querer mudar o mundo com as palavras.
...É não ser vencido pelo cansaço, por mais que o sistema te oprima.
Ser jornalista não é fácil, ninguém disse que era?!
Pouco compensador quando o assunto é dinheiro. Mas eu diria, que não tem preço saber que um político corrupto perdeu pelo menos uma noite de sono depois de acompanhar uma denúncia feita por um de nós... Que é gratificante gravar uma reclamação sobre um buraco de rua em um bairro carente e saber que no dia seguinte as máquinas da prefeitura foram correndo pra lá...
Vida nova para aqueles moradores!
É bom demais ouvir histórias... e mais histórias, frustrante demais voltar pra casa sem achar uma saída pra um desses personagens que na maioria das vezes precisa de ajuda. É preciso ter muito equilibrio e dissernimento para saber quando é possível se envolver em uma história e quando é permitido apenas contá-la.
Ser jornalista é brincar de super-herói. Todos acreditam que voce pode tudo. Mas só voce sabe das suas limitações. Depois de 13 anos de carreira, já deu pra perceber que as coisas não mudam de uma outra pra outra, mas não foi tempo suficiente para desistir.

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Justo, com letra maiúscula.

Eu cresci com um senso de justiça que muitas vezes chega a irritar. Porque pra mim alguém sempre está sendo injustiçado...então dá pra imaginar o quanto sofro num país como esse. Sendo menos pretenciosa, dá pra imaginar quantas vezes brigo com o mundo no meu dia-dia. Falo do meu mundinho mesmo...trabalho, casa, supermercado, trânsito...
Pra mim, uma pessoa não pode conquistar o "senso de justiça" . Ou ela é justa, ou não é. Quem procura muito é porque nunca teve. Sei de muita gente que erra o alvo quando pensa que está sendo justo e nem é porque seja mal ou ruim, simplesmente não percebe que a venda está em seus olhos e não na justiça.
Não me acho dona da razão e nem defensora dos fracos e oprimidos, mas percebo de longe quando alguém é vítima dessa "falta de justiça".
Já me chamaram de "Dom Quixote" mas eu continuo acreditando que aqui ou em outro lugar eu vou encontrar mais que os moinhos pela frente. Pena que não escolhi os tribunais para fazer valer esse sentimento tão "gritante", mas escolhi ser jornalista, usar a voz e o dom da palavra pra mostrar...e quem sabe convencer...
Tenho consciência de que o mais difícil é tirar as vendas de quem acha que todas as suas decisões estão em perfeito equilíbrio na balança.